O
que não falei, tombou dentro de mim como um pássaro sem asas.
O
que não cumpri, ressecou na soleira do sol.
O
que não cantei, silenciou no lírio de cristal.
O
que não dancei, evaporou na espiral da brisa.
O
que não li, afastou-se no barco de papel.
O
que não escrevi, desidratou o verbo no varal.
O
que não ousei, diluiu-se na água estagnada.
O
que não protestei, anulou-se na bandeira abandonada.
O
que não amei, desfez-se sem adeus, não deixou nada.
Flora
Figueiredo
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