A
vida toda é um relicário itinerante,
uma precária coleção de alumbramentos
se apavorando, enquanto as pétalas do instante
vão-se arrancando, enquanto soltam-se nos ventos,
uma precária coleção de alumbramentos
se apavorando, enquanto as pétalas do instante
vão-se arrancando, enquanto soltam-se nos ventos,
braços
abertos, os relâmpagos violentos
do amor. Ah, a interminável noite em que o diamante
cai e estilhaça-se entre abraços, entre o amante
e a coisa amada, ah, a doce fábula em fragmentos!
do amor. Ah, a interminável noite em que o diamante
cai e estilhaça-se entre abraços, entre o amante
e a coisa amada, ah, a doce fábula em fragmentos!
Aquele
amor, aquela noite perfumada
que se esbatia contra asas da alvorada,
foi todo assim, um delicado amontoamento
que se esbatia contra asas da alvorada,
foi todo assim, um delicado amontoamento
de
aparições, Alexandria, e, fragmento
a fragmento, estilhaçavas na calçada
nossos cristais, fabulações do teu fermento.
a fragmento, estilhaçavas na calçada
nossos cristais, fabulações do teu fermento.
Bruno
Tolentino
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