PARA:
EUCLIDES DA CUNHA
ASSUNTO:
OS SERTÕES
Senhor,
Nesses
dias de econômicos 140 toques, é digno de louvor seu fôlego, que o
levou a produzir uma obra de mais de 1 milhão de caracteres. Mas,
por favor, raciocine conosco: quem, em sã consciência, empunharia
esse catatau e o leria na praia, na piscina ou mesmo na cama, antes
de dormir? Sim, o leitor é, antes de tudo, um forte (kkkkk),
mas não vamos exagerar. Nos tempos atuais, o que tem de gente com
tendinite não é um fator a ser desprezado. As estimativas da OMS
estão aí, para comprovar.
Por
isso, na hipótese de nosso parecer final vir a ser favorável (não
conseguimos terminar a primeira parte, bem pedregosa, por sinal),
seria de bom alvitre considerar a possibilidade de uma edição
apenas em e-book, já que o leitor digital não pesa mais de 200
gramas. E ainda há que se ponderar uma vantagem: o dispositivo
oferece a opção de se clicar na palavra e a definição da mesma
surgir na tela instantaneamente. Como seu livro está coalhado de
termos esdrúxulos, tal facilidade evitaria que o leitor precisasse
recorrer amiúde ao dicionário.
Entraremos
em contato posteriormente.
PS:
Um de nossos colaboradores (freelancer no departamento de marketing),
afeito à numerologia, aventou a troca do “i” de seu nome por um
“y”: Euclydes. Fica a dica.
Maria
Emilia Bender, in Revista Piauí
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