Como
seriam as coisas e as pessoas antes que lhes tivéssemos dado o
sentido de nossa esperança e visão humanas? Devia ser terrível.
Chovia, as coisas se ensopavam sozinhas e secavam, e depois ardiam ao
sol e se crestavam em poeira. Sem dar ao mundo o nosso sentido
humano, como me assusto. Tenho medo da chuva, quando a separo da
cidade e dos guarda-chuvas abertos, e dos campos se embebendo de
água.
Clarice
Lispector, in Aprendendo a viver
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