Nem
uma só verdade resplandece
Neste
verão sonhado por abutres.
O
ano inteiro, o outro ano, e o outro,
Mentidos
pela mímica de um bufo,
Contam
falsas proezas de funâmbulo.
E
os saltos já não podem mais traçar
O
mito que exercemos, a parábola.
Alardes,
fugas, flâmulas. Palmeiras
Partilhando
o resgate da beleza
Das
nuvens criadoras de uma estrela,
De
nada mais que uma. O saltimbanco,
Mirando-se
nas poças, rejubila.
E
ressoa na flauta de anteontem
O
repouso de um pântano...
Quanto
foste traído! O luar torto
Raiva
no campo aberto onde esta noite
Um
profeta estremece no seu túmulo.
Mário
Faustino
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