quinta-feira, 22 de setembro de 2016

O diplomata e linguísta Guimarães Rosa

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Antes de diplomata, Guimarães Rosa trabalhava como médico no interior de Minas Gerais; à época da prova para ingresso no Itamaraty, servia como oficial-médico no 9º Batalhão de Infantaria em Barbacena. Seu interesse por línguas, política e cultura internacionais o levaram ao concurso.
A história de sua aprovação no Itamaraty é lendária. Classificado em segundo lugar, por conta das restrições literárias que fizera a Rui Barbosa na prova de português, surpreendeu os examinadores na arguição oral: “o que o senhor conhece da literatura clássica francesa?”, perguntaram-lhe. “Tudo”, respondeu. “Desde quando o senhor lê francês?” Nova resposta: “Os clássicos comecei a ler aos 9 anos”.
Aos 7, Joãozito, seu apelido de infância, já havia começado o estudo de francês sozinho, quando um viajante amigo de seu pai lhe levou uma gramática e um dicionário para que pudesse decifrar as revistas francesas que chegavam às suas mãos em Codisburgo, interior de Minas, onde nasceu. Aos 9, aperfeiçoou os estudos com um padre franciscano, e iniciou-se no holandês. Começou a aprender japonês em Belo Horizonte, quando cursava o ginásio, com um funcionário da Companhia Força e Luz que mudava a luz do poste em frente a casa em que morava com o avô. Para completar, fez aulas de esperanto. Quanto entrou para o Itamaraty, as línguas que dominava passavam de 20.
Mariana Delfini, in Palavras de guerra, Revista Bravo (fevereiro/2008)

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