terça-feira, 17 de maio de 2016

Desidealização do futuro

Balançou a cabeça, triste. Era verdade, ele nunca tinha realmente desfrutado o momento, nunca tinha sentido o presente, nunca pensou: ‘É isso, agora, hoje, é isso o que eu quero! Os velhos bons tempos são hoje, exatamente agora. Vou ficar nesse instante, vou criar raízes nesse lugar para sempre’. Não, ele sempre achou que o melhor da vida ainda estava por ser descoberto e ansiava pelo futuro, quando estaria mais velho, mais inteligente, maior, mais rico. E então veio a revolta, a grande virada, a súbita e dramática desidealização do futuro e o início do doloroso desejar o que já tinha sido.”
Irvin D. Yalom, in A cura de Schopenhauer

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