domingo, 13 de dezembro de 2015

Três modos de amar

Há três modos tão evidentes de amar: o primeiro, quando se é muito moço, e tenta-se abstrair desse primeiro amor a participação do mundo. O segundo, um amor já afeito às responsabilidades da condição social, da posição por assim dizer – e tenta-se o amor, tentando incorporar a ele o mundo. O terceiro, o mais grave de todos, é só o mundo que tentamos, desencarnando-o desses primeiros amores que são pessoais e egoístas. Inútil dar a esta última forma outro nome que amor – é o mais alto deles, o mais difícil, aquele pelo qual reconhecemos a presença rara do homem de alta envergadura.
Lúcio Cardoso, in Diários

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