Ah,
essa gente que me encomenda
um
poema
com
tema...
Como
eu vou saber, pobre arqueólogo do futuro,
o
que inquietamente procuro
em
minhas escavações do ar?
Nesse
futuro, tão imperfeito, vão dar,
desde
o mais inocente nascituro,
suntuosas
princesas mortas há milênios,
palavras
desconhecidas
mas
com todas as letras misteriosamente acesas
palavras
quotidianas enfim libertas de qualquer objeto
E
os objetos...
Os
atônitos objetos que não sabem mais o que são
no
terror delicioso da Transfiguração!
Mário
Quintana
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