segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Movimento interior

Kafka percebeu que eu não dormira o bastante. Disse-lhe a verdade: estava tão dominado pelo que fazia que fiquei escrevendo até de manhã.
Kafka pousou sobre a mesa suas grandes mãos que pareciam esculpidas em madeira e disse: - É uma grande felicidade poder exteriorizar tão espontaneamente o movimento interior.
- Era como uma embriaguez. Ainda não li o que afinal escrevi.
- Naturalmente. O escrito não passa de escórias do vivido.
Gustav Janouch, in Conversas com Kafka

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