quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Inventados - Canto Cego



Através dos dias intranquilos de sonhos,
Re-inventamos alguma força,
balançamos.
Escalando um espaço dentro dos olhares perdidos,
É como querer acender velas em desertos de vento.
Só que no fósforo o que risca é atrito de vontade,
é matéria invisível que assopra pelos ouvidos
escorre no pescoço
até atingir o peito.
Absorvemos os outros
na amizade circular dos abraços,
como crianças em carrosséis ferozes
Giramos até espiralar pra cima
Pra que a nova queda vire energia de um novo impulso.
É esse o risco,
voar com as vendas,
abrir os braços sem saber se o vento corta
ou se é mesmo os afetos o que no faz subir.
É fechar os olhos pra enxergar melhor
o mundo dos sentidos,
pelas cores que borbulham de dentro
em cheiros e toques de inventos.
Diante da fúria do olhos que desenxergam o medo
é que encontramos o alvo:
ser eterna estrada,
ser caminho a percorrer,
ser encontros e solavancos,
tropeços pelo chão das histórias.
A vida
é algo único
sobre o qual nos equilibramos
até alcançarmos
sabe-se lá o quê,
sabe-se lá por quê,
só se sabe quando se chega
e se crê.

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