quinta-feira, 2 de abril de 2015

Somos náufragos

No fundo,
no fundo
somos todos náufragos
neste mundo.

Navegantes
esfaimados,
sedentos,

desesperados
em busca
dum olhar amigo,
dum sorriso cúmplice,
dum corpo de abrigo.

Mareantes,
náufragos mirrados
pelo escorbuto da solidão,

desenhando no silêncio
os traços fugazes e ondulantes
duma tábua de salvação.
Miguel Afonso Andersen

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