“Durante muito tempo procurei
obter uma visão pessoal do mundo, e não o consegui senão quando tive uma visão
pessoal de mim mesmo; em vez de limitar o mundo por ideias falsas que seriam
adotadas por mim, limitei-o a uma expansão do meu ser, a uma dilatação interior
que me garantiu um conhecimento e uma avaliação mais ou menos autêntica do
existente. Porque não se cria nada vindo do exterior, mas em permanente
colaboração com suas forças mais obscuras e mais indeterminadas.
Se me
perguntassem o valor essencial desse período de tensão que agora vivo, diria
que simplesmente a impossibilidade de mentir ou de aceitar a existência fora
dos seus postulados reais. Esta é a minha liberdade, e tão difícil e perigosa
quanto seja ela, é o que garante a autenticidade do que digo, e a certeza de
que uma nova época nasceu para mim.”
Lúcio Cardoso, in Diários
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