“Sempre o governo! O governo devia ser o
agricultor, o industrial, o comerciante, o filósofo, o sacerdote, o pintor, o
arquiteto – tudo. Quando um país abdica assim nas mãos dum governo toda a sua
iniciativa, e cruza os braços, esperando que a civilização lhe caia feita das
secretarias, como a luz lhe vem do sol, esse país está mal: as almas perdem o
vigor, os braços perdem o hábito do trabalho, a consciência perde a regra, o
cérebro perde a ação. E como o governo lá está para fazer tudo - o país estira-se
ao sol e acomoda-se para dormir. Mas, quando acorda - é como nos acordamos com
uma sentinela estrangeira à porta do arsenal.”
Eça
de Queirós, in A catástrofe
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