“Não
há conhecimento ‘espelho’ do mundo objetivo. O conhecimento é sempre tradução e
construção. Resulta daí que todas as observações e todas as concepções devem
incluir o conhecimento do observador-conceitualizador. Não ao conhecimento sem
autoconhecimento.
Todo
o conhecimento supõe ao mesmo tempo separação e comunicação. Assim, as
possibilidades e os limites do conhecimento relevam do mesmo princípio: o que
permite o nosso conhecimento limita o nosso conhecimento, e o que limita o
nosso conhecimento permite o nosso conhecimento.
O conhecimento do conhecimento permite
reconhecer as origens da incerteza do conhecimento e os limites da lógica
dedutiva-identitária. O aparecimento de contradições e de antinomias num
desenvolvimento racional assinala-nos os estratos profundos do real.”
Edgar
Morin, in Os Meus Demônios
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