quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Ad infinitum

Vivo os dissabores de minha vida.
Esperança: algo fictício a que me apego,
para todo o dia ressuscitar.
E como já dizia a grande poetisa: como odeio
a luz do sol, que revela até o possível.
Morte: como posso abraçá-la,
pois o que me prometes
é a incapacidade de expressar minha dor
ad infinitum.
Sinto que a voluntária degeneração se faz possível,
pois a perspectiva do fim, que por enquanto
não me exige, não passa de uma ocasião
ainda remota.
Será então que entendi a vida como uma contínua
e dedicada preparação para a morte?
Jorge Trindade

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