quarta-feira, 10 de abril de 2013

Penélope V

A viagem pela espera
é sem retorno.
Quantas vezes a noite teceu
a mortalha do dia.
quantas vezes o dia
desteceu sua mortalha?
Quantas vezes ensaiei o retorno -
o rito dos risos,
espelho tenro, cabelos trançados,
casa salgada, coração veloz?
A espera é a flor que eu consigo.
Água do mar, vinho tinto - o mesmo copo.
Ana Martins Marques

Nenhum comentário:

Postar um comentário