In todo ano é igual
Se aprochegando o
Natal
Já começa o farnizim
De avistar Papai Noel
Espirrar no meio do
céu
E arrisca é dele num
vim.
Liás, aqui nunca vei
Esse homi de vermei
Cum saco chei de
brinquedo
Só se vê mermo im
retrato
E os minino do mato
Só fica chupando os
dedo.
Me diga, o caba que
veve
Nas frialdade das
neve
No mei daquelas
lonjura
Que diabo vem vê pra
cá?
Só se for pa
esturricar
No oco dessa quentura.
Ele num vem nem a pau
Um caba internacional
Um lorde da
Escandinava
Custumado cum sarmão
Vai vim bater no
sertão
Pra cumer preá cum
fava?
Só se ele for bocó
Pra vim naquele trenó
Que nem pneu num
pissui
Se nas estrada da
roça
As vez inté as
carroça
Se ingancha nos
pidrigúi!?
Inda duvido tombem
Que os animá que ele
tem
Nesses camim lhe
carregue
No mei desses
carrapicho
Só sendo que aqueles
bicho
Vai ter os casco dum
jegue.
O natal de nossas
banda
Num tem os carrim que
anda
Nem robô que conta
estora
Num tem trenzim que
apita
Nem as buneca bonita
Que dorme, que fala e
chora.
Nós tem buneca de
trapo
Feita de tira e fiapo
Dos retaizim de rayon
Tem pião de aruera
E a mió roladera
De lata de mucilon.
Nós tem buneco de
barro
Tem as nota de
cigarro
E os cachorro de
areia
Tudo coisa de
arremedo
Foi num foi se esfola
um dedo
Chutando bola de meia.
Vamo dexar de ilusão
Que o véi da
televisão
Cum baiba branca na
cara
Vistido de incarnado
É um atô custumado
A inganar babaquara.
Não vá pensar que é
quexume
Inveja, raiva, ciúme
Ou coisa de quem
fuxica
Mais eu lhe digo: se
aquete
Que esse veim da
charrete
Só é pai de gente rica.
Zenóbio de Oliveira
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