Os tempos atuais acentuam três evidências. E uma
virtude invisível. As três evidências são beleza, competição e consumo. Beleza
como dote que modela desejada forma. Competição como troféu de vencedores. E
consumo sendo apetite de cores e sabores.
Como as evidências são infindas vem a angústia.
Angústia de não alcançar a beleza perene. Não vencer todas as disputas. E não
exaurir todo consumo possível. Essa angústia traz uma virtude, oculta, que não
morre.
É a procura de amor, de delicadeza de gestos entre
amigos, de generosidade entre desconhecidos. É a busca do outro. Uma busca
disfarçada, envergonhada, porque não está conforme com o padrão vigente. Mas
subsiste sob regras de aparente ignorar.
Gestos
corteses e generosos podem surpreender. Porque são quase sempre inesperados e
raros. Mas, são intimamente ansiados. Porque refletem a natureza essencial do
homem. Que é gregário. Gestos não são nostálgicos. Porque não estão perdidos na
areia do tempo.
Luiz Otávio Cavalcanti, in
www.bestafubana.com.br
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