domingo, 5 de agosto de 2012

Vamos acabar com essa folga*

O negócio aconteceu num café. Tinha uma porção de sujeitos sentados nesse café, tomando umas e outras. Havia brasileiros, portugueses, franceses, argelinos, alemães, o diabo.
De repente, um alemão forte pra cachorro levantou e gritou que não havia homem pra ele ali dentro. Houve surpresa inicial, motivada pela provocação, e logo um turco, tão forte como o alemão, levantou-se de lá e perguntou:
- Isso é comigo?
- Pode ser com você também - respondeu o alemão.
Aí então o turco avançou para o alemão e levou uma traulitada tão segura que caiu no chão. Vai daí o alemão repetiu que não havia homem ali  dentro pra ele. Queimou-se então um português que era maior ainda do que o turco.
Queimou-se e não conversou. Partiu para cima do alemão e não teve outra sorte. Levou um murro debaixo dos queixos e caiu sem sentidos.O alemão limpou as mãos, deu mais um gole no chope e fez ver aos presentes que o que dizia era certo. Não havia homem para ele alí naquele café. Levantou-se então um inglês troncudo pra cachorro e também entrou bem. E depois do inglês foi a vez de um francês, depois um norueguês, etc, etc, etc. Até que, lá do canto do café, levantou-se um brasileiro magrinho, cheio de picardia para perguntar, como os outros:
- Isso é comigo?
O alemão voltou a dizer que podia ser.
Então o brasileiro deu um sorriso cheio de bossa e veio vindo gingando assim pro lado do alemão.
Parou perto, balançou o corpo ...e PIMBA!
O alemão deu-lhe uma porrada na cabeça com tamanha força que quase desmonta o brasileiro.
Como, minha senhora? Qual é o fim da história?
Pois a história termina aí, madame. Termina aí que é pros brasileiros perderem essa mania de pisar manso e pensar que são mais malandros do que os outros. 
Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta

*Em tempo de Olimpíadas, necessário se faz relembrar essa antológica crônica, para combater esse vício nacional - a malandragem - como alerta para os nossos atletas e, principalmente, para nossos dirigentes esportivos, e políticos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário