terça-feira, 24 de abril de 2012

O valentão e o oposto (microconto)


A juriti já penou? O frofrou do susto é de perder o tiro do caçador desprecavido: a jitirana fechada, de escurecer a verdura e de se perder a vereda.
A pós.
E era pra menos? A afoiteza nos sorvos do mel e da água ardente na garganta o embebedou.
E apois? Não arrenego o que vi. Aconteceu do jeito do acontecido. Não nego nem disnego - as acontecências foram vindo, e deu no que deu: o menos indicado para pôr fim àquele maldito, o meu pacato compadre Teotonho rasgou o cujo, Ditão das Coivaras, com a faca cega a propósito para a empreitada, e o sujeito com a rodilha de fatos nas mãos, a se debater, mas o ror de gente nem não aí estava para a dor daquele danho, tão mequetrefe o coiso em suas desmesuradas maldades.
O outrora valentão, a choramingar, com os olhos embaçados, ainda viu a Dama da Foice se aproximar e desfaleceu pela última vez, para nunca mais.
Elilson José Batista, in Revista Cruviana – 2ª Edição

Nenhum comentário:

Postar um comentário