terça-feira, 4 de outubro de 2011

Goethe, o brasileiro

O escritor e pesquisador alemão Sylk Schneider, autor de “Viagem de Goethe ao Brasil”, fala da relação, quase obsessão, entre o canônico poeta alemão e o “país grandioso”.
Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832) é visto como o maior poeta da língua alemã. Stefan Zweig, que viveu 100 anos mais tarde, assim o definiu: “Goethe... o homem que a Alemanha, que a Europa vê como o mais sábio dos sábios, o mais maduro e esclarecido espírito do século 19...”. Goethe não foi só poeta, dramaturgo, diretor de teatro, ministro e homem de Estado. Goethe atuou em várias áreas do saber humano. Ao lado de suas poesias, dramas e prosa, é autor de tratados tão distintos como arte, mineralogia, botânica, ótica, granito, Aristóteles, Júlio César, arquitetura alemã, arte da Antiguidade. Sua biografia é amplamente conhecida graças aos seus minuciosos diários e milhares de documentos particulares arquivados na Anna-Amalia-Bibliothek de Weimar, cidade onde viveu a maior parte de sua vida. Há porém um detalhe na vida deste homem que, mesmo entre os seus admiradores alemães, é pouco conhecido. Goethe foi um grande admirador do Brasil. O primeiro registro em seu diário sobre o Brasil encontra-se no dia 8 de dezembro de 1802 e o último em 31 de setembro de 1831. São pequenas anotações mas que dão ao estudioso informações sobre o vasto campo de interesse de Goethe sobre o Brasil bem como o seu diversificado contato com outros cientistas e naturalistas que, na época, estudavam a flora, a fauna e as riquezas geológicas do país que na Europa, na época de Goethe, ainda eram desconhecidas. Tão acentuado foi o interesse de Goethe pelo Brasil que outros naturalistas, referindo-se a ele, chamavam-no de “Goethe, o Brasileiro”.
O acadêmico alemão Sylk Schneider (foto) interessou-se por este detalhe da vida de Goethe. Pesquisou nos arquivos da Anna-Amália Bibliothek e várias outras instituições. Publicou os resultados de suas investigações em um livro lançado na Alemanha com título enigmático: “Viagem de Goethe ao Brasil — Viagem Imaginária de um Gênio”.
Edgar  Welzel, in Revista Bula

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