O amor não é tudo: nem carne nem
Bebida, nem é sono, lar da gente,
Nem a tábua lançada para quem
Se afunda e volta e afunda novamente.
O amor não pode encher o pulmão forte,
Pôr osso no lugar, tratar humores,
Embora tantos deem a mão à morte
(enquanto o digo) só por desamores.
Bem pode ser, na hora mais doída
Ou da minha fraqueza arrependida,
Buscando alívio à dor, seja capaz
De vender teu amor por minha paz
Ou trocar-te a lembrança pelo pão.
Bem pode ser que o faça. Acho que não.
Edna St. Vincent Millay, traduzido por Paulo Mendes Campos
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